Não é segredo para ninguém – apesar de algumas pessoas fingirem não saber – que toda a campanha de proibição da Cannabis em nível global nasceu, principalmente, do preconceito.
Não é coincidência que a propaganda proibicionista busque a todo momento ligar a Cannabis à criminalidade, o que é falso.
Fosse a questão da Cannabis medicinal encarada exclusivamente do ponto de vista científico e a planta já teria sido legalizada há anos. São literalmente milhares os estudos que comprovam a eficácia da planta em tratamentos terapêuticos diversos, seja como medicamento principal ou auxiliar.
A verdade é que toda a questão que gira em torno da proibição da planta é permeada por interesses que nada tem a ver com os interesses dos pacientes que precisam dessa medicina para suas vidas. Basta observar o quanto o assunto foi e continua sendo contaminado por uma pauta moral que não encontra qualquer apoio no mundo dos fatos.
A proibição, portanto, ao contrário do que possa parecer se fossemos analisar a situação unicamente à luz de argumentos científicos e ligados à saúde pública, tem sim sua razão de existir, uma razão que fica clara a cada discurso anticientífico e carregado de desinformação e preconceito.
A bem da verdade, a Cannabis só se liga à criminalidade através de um fator: a própria proibição.
É ela, a proibição, a responsável por criminalizar uma planta utilizada há milênios para tratar males do corpo e da mente. Não se trata aqui de uma defesa acrítica quanto aos potenciais malefícios do consumo de Cannabis, principalmente quando feito de forma excessiva e inconsequente, mas sim de reconhecer que a criminalização da planta – e a própria ideia de criminalizar uma planta já soa tão absurda quanto de fato é – não contribui para nada além do incentivo ao comércio ilegal da Cannabis que, esse sim, é fonte de criminalidade e violência.
Os potenciais terapêuticos da Cannabis são reconhecidos há muito tempo. E a cada dia aparecem novas pesquisas indicando o bem que as propriedades da planta podem fazer à saúde das pessoas.
Não fosse a proibição, essas pesquisas estariam muito mais avançadas e nós poderíamos extrair da planta novos e importantes benefícios.
Não faz muito tempo que as pesquisas no Brasil passaram a ser possíveis. E ainda assim a custa de muita burocracia. Todos esses entraves que, nunca é demais lembrar, não encontram apoio na realidade fática e só podem ser sustentados na base do preconceito e de um discurso moral desonesto e hipócrita, atrasam as pesquisas e impedem o avanço de uma indústria que tem um enorme potencial tanto na geração de alternativas médicas importantes quanto na geração de empregos e renda.
O mercado da Cannabis, já muito mais evoluído em outros países do mundo do que no Brasil, movimenta cifras na casa dos bilhões de dólares.
Já aqui, onde temos terra fértil e clima altamente propício para o cultivo da planta, a proibição contribui com a miséria ao impedir a regulamentação de um mercado que poderia empregar milhares de pessoas e recuperar a economia de diversas regiões.
Em um país como o nosso, que luta diariamente contra o desemprego e a miséria, abrir mão de uma fonte de receitas tão importante e que ainda tem um potencial gigantesco para melhorar a vida de tantas pessoas não faz o menor sentido.
Não existe argumento que resista a uma breve análise dos fatos que mostram a Cannabis como uma importante ferramenta para o fomento da economia de diversos países que, sorte deles e azar o nosso, já saltaram à frente e correm a passadas largas na direção de mercado a cada dia mais bem organizados, prósperos e produtivos.
A conclusão a respeito do tema é, portanto, curta, simples e inevitável: a proibição da Cannabis, não tenha dúvidas, atende sim a diversos interesses.
A pergunta é: interesses de quem?
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