Sabe aquele chazinho de boldo que sua avó fazia quando não se sentia bem do estômago? Aquele chá de camomila para acalmar a dor de cabeça ou cólica? Ou então aquela pomadinha natural para curar feridas e cicatrizar a pele quando você se machucava? Todos esses remédios naturais fizeram parte da nossa vida e seus usos foram passados de geração em geração. Um conhecimento ancestral que recentemente ganhou um novo nome: FARMÁCIA VIVA.
Seja para aliviar sintomas de doenças físicas, acalmar “os nervos” ou curar doenças de menor gravidade, as plantas e suas propriedades medicinais são utilizadas há milhares de anos em todos os lugares do mundo como grandes aliadas na manutenção da saúde física e espiritual.
Porém, apesar dos incontestáveis benefícios de sua utilização, suas propriedades medicinais e curativas foram, durante muito tempo, questionadas pela comunidade científica. Os remédios caseiros, utilizados por nossas mães e avós, faziam parte do que estudiosos do tema chamam de “conhecimento popular”, e por isso não tinham tanto valor para os médicos. Recentemente, porém, os potenciais curativos das plantas medicinais passaram a ganhar cada vez mais espaço não só em consultórios, mas também em programas de saúde pública, como é o caso do SUS, aqui no Brasil.
“Todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos”.
A ideia principal da farmácia viva é ter sempre ao alcance das mãos plantas medicinais que possam atenuar sintomas e doenças não graves.
São quatro as principais formas de consumir as propriedades das plantas medicinais:
Planta fresca (in natura): é aquela cultivada com propósitos terapêuticos que é coletada no momento do uso, comumente utilizada para chás, pomadas e emplastros;
Planta seca (droga vegetal): após a coleta, a planta passa por um processo de secagem na íntegra e pode ser cortada, rasurada e/ou triturada para utilização em chás, tinturas (solução aquosa alcoólica) e manipulados fitoterápicos;
Fitoterápico: composto manipulado em farmácias naturais que tem como base uma ou mais plantas medicinais, pode ser consumido em cápsulas ou em solução aquosa. Neste caso é necessário ter uma receita prescrita especialmente para o paciente;
Óleos (essenciais e vegetal): os óleos vegetais e essenciais são extraídos diretamente da planta. Os óleos vegetais podem ser usados de forma tópica (diretamente na pele) ou em compostos manipulados, como: pomadas, cremes e cosméticos. Já os óleos essenciais possuem um alto nível de concentração de propriedades medicinais e não podem ser utilizados de forma tópica ou ingeridos sem um óleo carreador (vegetal). Eles são utilizados para produção de perfumes, cosméticos e aromatizantes naturais. Em tratamentos de aromaterapia, por exemplo, o uso dos óleos essenciais é feito através de difusores e composições específicas para cada paciente.
Vale ressaltar que o uso mais adequado de cada planta vai depender principalmente da doença ou sintoma a ser tratado. Só assim é possível saber quais partes da planta podem ser utilizadas e quais princípios ativos vão ser extraídos dela.
As propriedades medicinais de plantas terapêuticas podem trazer muitos benefícios para saúde física e emocional de pacientes com sintomas de doenças crônicas ou que buscam bem-estar e qualidade de vida. Mas nem todas as plantas que possuem diversas propriedades medicinais podem ser utilizadas de forma legal, é o caso da Cannabis, uma planta utilizada há milhares de anos por diversos povos que passaram pela terra e que com o andar dos anos teve o seu direito de existir vetado por diversos países e seus governos.
A Cannabis, popularmente conhecida como Maconha (nome recebido em 1920 durante o período de proibição nos EUA), enfrentou diversos entraves para que pudesse ter suas propriedades medicinais reconhecidas. Foi por volta de 1965 que um químico e pesquisador israelense chamado Raphael Mechoulam, também conhecido como pai da Cannabis Medicinal, descobriu que isolando propriedades da planta era possível beneficiar-se dela de forma medicinal.
Após a descoberta de Mechoulam, a ciência e a tecnologia trabalharam ativamente para encontrar fórmulas e métodos seguros de uso da Cannabis. Mas foi só nos últimos 20 anos que pudemos ver o uso da planta através do óleo de CBD (canabidiol isolado) ganhar popularidade entre pacientes de doenças crônicas e a comunidade médica.
Países como EUA, Canadá e Israel já dominam grande parte do mercado de produção e venda legal de Cannabis Medicinal, que em 2020 significou cerca de US$ 21,3 bilhões na economia mundial de acordo com o BDSA. No Brasil, somente em 2015 a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) permitiu a importação de remédios à base de CBD. Mas os números mostram um crescimento exponencial da procura pelos benefícios da planta:
Parte do crescimento no uso da Cannabis Medicinal se dá não apenas para tratar doenças já conhecidas como esclerose múltipla, Parkinson, autismo, cefaleia crônica, Alzheimer, dores neuropáticas, controle de convulsões e mais, mas também como tratamento para depressão, ansiedade, insônia e estresse, agravados principalmente pela pandemia de Covid-19.
Esse movimento acontece principalmente pelos benefícios medicinais que a planta oferece. A Cannabis Medicinal pode regular o estresse, as emoções, a digestão, a dor, a função cardiovascular, o sistema imunológico e processos inflamatórios, o desenvolvimento do sistema nervoso, a plasticidade sináptica, os processos de aprendizagem e memória, a coordenação dos movimentos, o metabolismo e gasto energético, a regulação do apetite, o ciclo sono-vigília e até a regulação da temperatura corporal.
Para além do seu uso essencial no tratamento de doenças graves, a Cannabis Medicinal pode ser uma grande aliada na manutenção da saúde física e emocional, proporcionando qualidade de vida e bem-estar.
Você deve estar se perguntando se a Cannabis é para você, certo? E a resposta é SIM, a Cannabis Medicinal é para todo mundo! Todos nós temos um sistema endocanabinóide, responsável por receber e metabolizar as propriedades medicinais da Cannabis. Porém, por se tratar de um sistema complexo e com interações que podem variar muito de um indivíduo para outro, recomenda-se que você explore e conheça mais sobre o seu DNA para que assim possa descobrir a fórmula e doses ideais para o seu organismo.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o conteúdo testagem genética e os benefícios de tratamentos personalizados para a manutenção da saúde.
E lembre-se sempre: caso você tenha alguma doença crônica, autoimune, de desordem mental ou esteja realizando algum tratamento de saúde, procure orientação médica especializada. É muito importante que você tenha acompanhamento profissional ao iniciar um tratamento com Cannabis Medicinal.
Quando comparamos um alimento produzido em cultivos de monocultura, com uso de agrotóxicos, fungicidas e outros produtos químicos, com um alimento produzido de forma orgânica, sustentável e livre de químicos sintéticos temos uma grande diferença no que tange às propriedades nutritivas.
Assim como acontece com os alimentos, as plantas medicinais também apresentam grande diferença de qualidade a depender da forma de cultivo. Quando cultivamos, o que quer que seja, em um solo altamente modificado quimicamente, estamos comprometendo o potencial nutritivo da planta, ou seja, ela passa a oferecer menos do que poderia se tivesse sido cultivada em um solo rico em nutrientes e naturalmente vivo.
Para termos uma farmácia viva de verdade, precisamos pensar primeiro no conceito de solo vivo. Um solo capaz de nutrir e proteger a planta de forma orgânica e natural, sem necessidade de aditivos químicos, fazendo com que ela cresça forte e possa desenvolver todo o seu potencial medicinal de forma pura. E isso não apenas é possível, como já é realidade.
André Steiner, CEO da The Quantic Hub, explica que para que a Cannabis Medicinal tenha seu potencial curativo aproveitado ao máximo, a forma de cultivo, e também de extração, deve respeitar a técnica do cultivo regenerativo, que busca conservar ao máximo os nutrientes do solo e da planta, utilizando assim a totalidade de seu potencial terapêutico:
“A gente está tratando a planta como ela deve ser tratada. Ela não é uma commodity como soja, milho, arroz. Está muito mais próxima da uva e da viticultura, da produção de vinhos. A qualidade da uva e do solo é que vai determinar a qualidade do vinho. Por isso tem vinho de R$ 10 e vinho de R$ 1 mil. Mas a cannabis é mais que isso, ela tem potencial de cura”
Esse cuidado é feito através da valorização dos processos orgânicos e sustentáveis em toda cadeia de produção. Para isso, todos os ingredientes utilizados nas fórmulas são derivados de fontes regenerativas, fitobotanicas, e extraídos através de um processo que utiliza o CO2 como solvente, garantindo a máxima pureza, qualidade e efetividade das fórmulas.
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