Não consegue pregar os olhos? Você não é o único. 65% da população brasileira relata problemas relacionados ao sono
Apesar de não ser considerada uma doença, mas um sintoma, a insônia é definida como dificuldade em iniciar o sono ou em se manter dormindo. Esta condição é classificada como crônica quando ocorre pelo menos 3 noites por semana ao longo de 3 meses, e pode estar associada a problemas de saúde como:
O sono existe para que o corpo descanse e recupere suas energias. O ciclo do sono está relacionado ao ritmo circadiano, que é o ritmo interno do organismo, também conhecido como relógio biológico. Em um período de 24 horas, o corpo tem estímulos internos e externos que o levam a dormir e acordar.
Esta atividade funciona em alguns estágios: o primeiro estágio é caracterizado pelo sono leve, com atenção reduzida e baixo estado de consciência. A seguir, inicia-se o sono profundo, onde a atividade cerebral fica mais lenta e o processo de recuperação começa.
Com a recuperação se produz novos hormônios e, em seguida, vem o chamado Sono REM (Rapid Eyes Movement), onde fixamos aprendizado, memória e cognição e também sonhamos.
Além disso, no sono profundo fazemos formação de ossos e músculos, reparo de tecidos, e fortalecimento. Por isso, não há dúvidas de que o sono é uma atividade fundamental para o bom funcionamento do corpo humano, e pode gerar consequências graves quando desregulado.
Muito se fala em reajustar o sono com indutores químicos como o hemitartarato de zolpidem e a melatonina. O problema destes recursos está relacionado a seu uso indiscriminado.
Em entrevista para a Cannalize, o neurologista André Millet alerta que o uso “torna-se indiscriminado quando não segue uma estratégia de adaptação e de tratamento da causa, não só do sintoma.”
Ele ainda chama atenção para o uso abusivo de Zolpidem e o aumento de dosagem por conta própria. “Existe uma chance considerável de você experimentar efeitos adversos bem ruins, como sonambulismo e amnésia.”
A bula do Zolpidem ainda alerta que há risco em dirigir, operar máquinas ou ter qualquer atividade intelectual sob seu efeito: “Pode haver a possibilidade de risco de reações adversas incluindo sonolência, tempo de reação prolongado, tontura, visão borrada ou visão dupla e redução do estado de alerta e condução prejudicada na manhã seguinte.”
A melatonina sintética também apresenta riscos, já que trata-se da ingestão de doses extras de um hormônio produzido naturalmente pelo corpo. Seu uso abusivo pode gerar alguns sintomas extras como:
Se você já baixou nosso e-book “Trate Insônia com Cannabis”, já deve estar ciente dos principais benefícios da cannabis para a regulagem do sono. Se não, continuar lendo este artigo pode te convencer a buscar uma vida melhor com cannabis medicinal.
Um estudo publicado em abril de 2020, no periódico Experimental and Clinical Psychopharmacology e realizado na Universidade da Austrália Ocidental, apontou uma melhora de 36% nos voluntários que receberam a cannabis no tratamento da insônia crônica.
Outro estudo, publicado em 2014, no Journal of Psychopharmacology, mostrou que o CBD (canabidiol) pode aumentar o tempo de sono.
O funcionamento é simples: o Sistema Endocanabinoide é responsável por estabelecer uma comunicação entre o cérebro e os processos do organismo. Através deste sistema, os canabinoides elevam a biodisponibilidade de um neurotransmissor chamado serotonina, que regula o sono e outros processos do corpo.
Além da serotonina, os canabinoides trazem níveis de equilíbrio a outros neurotransmissores, como a anandamida, dopamina e endorfina, ou seja, substâncias que controlam a fome, o humor, a memória e muito mais, que também estão ligados, mesmo que indiretamente, à regularidade do sono.
Para o neurologista André Millet, o tratamento com cannabis deve servir a quem tem “uma visão menos alopática”, ou seja, quem queira tratar a raiz do problema, e não queira apenas tratar um dos sintomas.
A justificativa para o tratamento da insônia com a cannabis está nos “resultados em longo prazo”, diz o neurologista.
“Bem ajustados, os componentes do óleo ‘brilham no ajuste fino’. Uma configuração racional de canabinoides te permite ter um melhor controle dos efeitos colaterais. Com a cannabis você consegue aproveitar uma ansiólise [diminuição da ansiedade] mais leve durante o dia, sem necessariamente induzir o sono, e consegue uma dose noturna com maior potencial sedativo.”
E a lista de benefícios em longo prazo se estende: “A cannabis combate a dependência de álcool, a dor lombar de longa data e uma lista enorme de ‘pequenos’ problemas que vão se acumulando, enquanto que o zolpidem ‘só faz dormir’”, finaliza o médico.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Matéria: Cannalize
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