Estudo aponta que a ayahuasca e o CBD podem ser usados juntos ou separadamente sem riscos de interações adversas
O estudo intitulado “Efeitos interativos da ayahuasca e do canabidiol na cognição social em voluntários saudáveis: um ensaio piloto, prova de conceito, viabilidade e controle randomizado” mergulha nas complexas distinções entre as duas substâncias com propriedades psicoativas e medicinais distintas. Este ensaio piloto buscou compreender se o CBD poderia moderar e atenuar os efeitos da ayahuasca na cognição social, especificamente no reconhecimento de emoções nas expressões faciais (REFE).
Métodos:
O estudo envolveu dezessete voluntários saudáveis, submetidos a um ensaio controlado de braço paralelo, com duração de uma semana e um acompanhamento de 18 meses. Os participantes foram divididos em dois grupos, um recebendo placebo e o outro 600 mg de CBD oral, seguido da administração de ayahuasca (1 mL/kg) após 90 minutos. As avaliações incluíram tarefas de REFE e empatia, realizadas no início do estudo e em diferentes momentos após as intervenções, além de medidas secundárias de efeitos subjetivos, tolerabilidade e avaliações bioquímicas.
Resultados:
Os resultados revelaram que ambos os grupos experimentaram reduções significativas nos tempos de reação nas tarefas de REFE, sem diferenças entre eles. Além disso, tanto a ansiedade quanto a sedação, a deterioração cognitiva e o desconforto diminuíram significativamente em ambos os grupos, sem diferenças notáveis entre eles. A ayahuasca, com ou sem a presença do CBD, foi bem tolerada, embora tenha causado principalmente náuseas e desconforto gastrointestinal. Não foram observados efeitos clinicamente significativos nas medições cardiovasculares e nas enzimas hepáticas.
Conclusões:
Os resultados deste estudo indicam que não houve evidência de efeitos interativos entre a ayahuasca e o CBD, sugerindo que ambos os compostos podem ser consumidos separadamente e em conjunto com segurança. Essa descoberta é particularmente relevante para populações clínicas com transtornos de ansiedade, indicando a possibilidade de aplicação desses medicamentos em tratamentos terapêuticos.
Futuros ensaios clínicos com amostras maiores podem ser conduzidos para confirmar esses resultados promissores e abrir novas perspectivas na busca por tratamentos mais eficazes. Este estudo lança luz sobre a interação complexa entre substâncias psicoativas e seus potenciais benefícios na saúde mental.
Fonte: Sechat
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