Parcela expressiva dos pacientes relatou melhora da capacidade de desempenhar suas funções profissionais, segundo estudo
Buscando compreender como o uso medicinal da cannabis afeta a qualidade de vida, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Ática Ocidental, na Grécia, analisou um grupo de cem pacientes que receberam tratamento à base de maconha.
A maioria dos pacientes que se submeteram ao estudo eram portadores de distúrbios neurológicos e relataram melhoras significativas em seus sintomas após iniciar o uso de cannabis, segundo as descobertas publicadas na revista Advances in Experimental Medicine and Biology.
Os dados foram obtidos a partir de um questionário sociodemográfico e clínico e uma pesquisa de saúde (Short-Form Health Survey) com 36 itens, para avaliação da qualidade de vida, preenchidos pelos participantes.
A análise dos dados revelou que uma maioria esmagadora (96%) dos pacientes com distúrbios neurológicos relatou que a cannabis reduziu os sintomas, enquanto 68% disseram experimentar “melhor energia e vitalidade” e 88% afirmaram que isso melhora a sua capacidade de desempenho profissional.
Os participantes portadores de distúrbios neurológicos também relataram uma melhora no sono (79%) e no apetite (71%) após o tratamento com cannabis.
Segundo os autores, os participantes que usaram cannabis por um período mais longo de tempo relataram energia e vitalidade estatisticamente mais significativas, bem como um melhor estado de saúde mental e geral.
A maioria dos pacientes afirmou ter revelado sobre o uso de maconha medicinal aos familiares (85%) e que pode contar com seu apoio (93%). Contudo, a maioria dos participantes também disse que não falou sobre seu tratamento canábico em seu ambiente social.
Um estudo separado, divulgado em maio na JAMA Network Open, observou resultados semelhantes em uma análise retrospectiva de casos de mais de 3.140 pacientes que se trataram com cannabis para várias condições de saúde em clínicas australianas. O principal resultado foi uma melhora na qualidade de vida associada à saúde, avaliada por meio do mesmo questionário utilizado no estudo grego.
No âmbito de doenças neurológicas, outra equipe de pesquisadores australianos avaliou o uso de óleos de maconha em 157 pacientes com doenças neurológicas, musculoesqueléticas, autoimunes, inflamatórias e outras condições. A análise revelou que os pacientes com 65 anos ou mais e/ou aqueles que sofrem de neuropatia periférica, Parkinson, esclerose múltipla, enxaqueca e dor crônica perceberam os maiores benefícios do tratamento com cannabis na melhora do sono, alívio da dor e espasmo muscular.
Esses resultados condizem com uma pesquisa realizada no ano passado por meio da plataforma Fundação Michael J. Fox, onde mais de 70% das pessoas com doenças de Parkinson que responderam ao questionário afirmaram fazer uso de maconha. Segundo o levantamento, muitos pacientes relataram obter melhorias na dor, ansiedade, agitação ou sono.
Uma revisão de estudos publicada em 2021 na American Journal of Managed Care contatou que o uso medicinal de maconha, principalmente através do consumo fumado e vaporização, está associado a diminuições na frequência e sintomas da enxaqueca.
Entre as investigações que exploraram os benefícios e eficácia do uso de cannabis para fins medicinais, um ensaio clínico prospectivo publicado em 2020 focou em 68 pessoas com enxaqueca que fumaram ou vaporizaram inflorescências de maconha. Esses indivíduos “relataram melhor redução dos sintomas da enxaqueca, menor impacto negativo da dor de cabeça, melhor qualidade do sono e diminuição do consumo de medicamentos”.
Fonte: Smoke Buddies
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